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A maioria dos produtores de ovinos de corte do Nordeste é de pequeno porte e possui poucos animais por propriedade. O Projeto Cordeiro do Cariri, da Embrapa Caprinos e Ovinos, capacita estes pequenos produtores nas questões de manejo e estratégias para que eles também possam atingir um mercado de boa qualidade e consigam vender a carne por maiores preços. Iniciado há um ano e meio, o projeto já ofereceu cursos e está em fase de construção de dois centros de terminação de cordeiros precoces nos municípios de Campos Salles e Farias Brito, na Região do Cariri, no Ceará. O médico-veterinário Fernando Henrique Albuquerque, analista Embrapa Caprinos e Ovinos, é um dos coordenadores do projeto. Ele diz que a iniciativa pode servir de exemplo para outros pecuaristas nordestinos e gerar uma rede de qualidade entre os pequenos produtores.
— Objetivo principal é promover a organização dos pequenos produtores do Cariri para a produção de carne ovina, de cordeiro. Pode ser feito através do confinamento, utilizando silagem e concentrado ou em pastejo irrigado. O principal benefício é a facilidade de entrar no mercado com um produto de melhor qualidade e, consequentemente, receber um preço melhor pelos seus animais no momento da venda, uma vez que um dos grandes limitantes para atingir melhores mercados é volume e qualidade de produto. Considerando que os produtores são pequenos, com menos de 60 animais, o volume de cordeiros para o mercado é pequeno, então, com este projeto, eles vão trabalhar em conjunto e fazer melhores vendas — explica Albuquerque.
Apesar de já ter começado há um ano e meio, as iniciativas práticas do projeto só vão chegar ao campo em setembro, porque foi preciso primeiramente capacitar os produtores e criar as infraestruturas necessárias. No município de Campos Salles, estão sendo finalizadas construções de um galpão que tem capacidade para receber 120 animais a cada três meses. Em Farias Brito também já está sendo montado o centro que terá dois hectares de área de pastejo irrigado com capim Tanzânia a cada 90 dias. Outro aspecto interessante do projeto é o suporte dado aos produtores que irão fornecer os cordeiros para os centros de terminação. Os especialistas da Embrapa Caprinos e Ovinos ensinam práticas de manejo como o planejamento da produção, as reservas de alimentos para o período seco e práticas sanitárias, além da programação dos períodos da estação de monta para que eles coincidam com o período de terminação de cordeiro para o mercado do Cariri, diz o analista.
— O primeiro grupo de animais para engorda será iniciado no mês de setembro. Os produtores já estão capacitados, são resultados do ponto de vista de gestão ainda. Mas eu gostaria de destacar que, a partir do momento que este projeto tiver os primeiros resultados em relação aos animais, ele vai servir de base como modelo para outras regiões do Estado e do Nordeste como forma de organização de produtores de bovinos de corte porque a maioria dos produtores nordestinos são pequenos e têm as mesmas dificuldades dos produtores do Cariri cearense — ressalta.
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